Desde pequena que corria todas as que haviam nas redondezas da aldeia da minha avó, para os lados do Douro.
Adoro as ruas enfeitadas e iluminadas, o cheiro da brasa da sardinha e do entrecosto. A música de baile, incontornável nestes dias. Lembro-me da minha primja J. com medo dos "gigantões" ou "cabeçudos" porque uma vez lhe bateram com uma mão na cara.Gosto das desgarradas dos bombos, e dos carrinhos de choque e das garrafas de champanhe que se ganhavam se conseguissemos meter um golo. Gostos de comer caladinhos, que só me sabem bem nas feiras.
Aparte da festa pagã, sempre gostei das procissões no último dia. Cheguei uma vez a levar um andor....jurei para nunca mais!! Resultado: os dois ombros pisados durante uma semana!!
As aldeias iluminam-se nestes dias e tem orgulho em mostrar o valor da terra, seja em desfiles de carros alegóricos, em danças do rancho local, em concertos da banda filarmónica, e rivalizam umas com as outras nos fogos de artifício. Em qualquer cartaz se pode lêr na agenda das festas: "grandioso fogo de artifício". E se não for grande, o povo não gosta. O povo gosta de acabar a festa com o zumbidos dos morteiros nos ouvidos!!E gosta de voltar para casa satisfeito e cansado do arraial e do bailarico. Da cuscuvilhice com as vizinhas e dos beijinhos aos primos que vinham para a festa!
No dia seguinte é hora de arrumar as fitas e varrer o lixo....que daqui a nada Agosto acaba e é hora de nos despedirmos dos emigrantes que voltarão para o ano....
O bom do fim é que...não tarda nada é Setembro e começam as vindimas !!
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